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8 de abr. de 2008

adorno ubatuba

A importância do nome das ruas de Ubatuba

No terceiro centenário de Ubatuba, em 28 de outubro de 1.937, o Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo organizou e sugeriu um grande evento para a nossa cidade, com certeza, o maior já ocorrido na historia de Ubatuba. Dentre as sugestões, várias ruas do centro da cidade receberiam nomes de pessoas ilustres ligadas direta ou indiretamente a nossa história. Vamos continuar informando nosso leitor da importância e significado do nome de cada rua. O texto a seguir é copia fiel da publicação do Instituto Histórico de 1.937.Rua José AdornoProvindo de nobre estirpe de Genova, o denominador, hoje de uma rua de Ubatuba, foi dos mais profícuos colonizadores do litoral que formou outrora a capitania de São Vicente. Por justes títulos era, sem duvida, merecedor da homenagem que a Câmara Municipal, em nome do povo e por iniciativa do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo resolveu conferir-lhe, incumbindo, outrossim ao universitário Constantino Campos Fraga de recordar aos ubatubanos de hoje o que fora a sua ação nestas paragens. De como o acadêmico deu contas do encargo, veremos a seguir: “Senhores. Dos primeiros tempos de nossa história, das heróicas lutas contra os indígenas, dos grandes homens que ainda hoje nos enchem de orgulho muito justificado, destaca-se o nome glorioso de José Adorno. Nobre genovez, não exitou em abandonar a doce calma da vida européa pelas arriscadas aventuras do Novo Mundo. Foi dos primeiros e mais ardorosos colonizadores da capitania de São Vicente, desta predestinada São Vicente que ele tanto engrandeceu. Casado com Dª Cata-rina Monteiro, recebeu de Martina Affonso uma das maiores sesmarias por ele concedidas. Mas, bem merecidas eram essas extensas terras, porque nelas o espírito organizador de Adorno faria em breve surgir, como numa visão encantada, no ambiente agreste do continente inculto, a grande onda verde dos canaviais curvando as folhas á briza acariciante, enquanto o velho engenho de São João esmagava, chiando, os adocicados caules cheirosos. E não era sonho! José Adorno iniciou no litoral paulista a cultura da cana de açúcar, enriquecendo, assim, desde logo, a abençoada terra de São Vicente.Mas, bem incerto era, nesse tempo, o futuro da nascente civilização. As hordas indígenas ameaçavam a todo momento destruir, arrazar para sempre, as populações litorâneas. E nessas horas criticas para nossa terra, em que perigava o futuro de uma pátria em ereção, homens heróicos, desprezando a vida, lutavam destemerosamente. Entre eles achava-se José Adorno, defendendo o litoral, não só contra os índios, mas, principalmente, contra a sanha rapace dos piratas franceses, batavos e anglo-saxonios.Sua alma nobre e generosa sempre o chamava para onde havia o perigo, solidário com os menos fortes. Nas horas mais angustiosas de nossa história, quando a morte espreitava o colono desprotegido, sempre vêmo-lo surgir como que por encanto, sem temor arriscando a vida pelos companheiros. Grande amigo dos jesuítas, auxiliava-os em tudo.Quanto, em 1565, os tamoios aliados aos franceses mais do que nunca ameaçavam a capitania, ao lado de Anchieta, conduzindo as pirogas até Iperoig, irmanando-se á sorte do místico jesuíta, aparece a figura impávida de José Adorno. Assim, em 1583, quando Eduardo Fenton atrevidamente entra na barra de Santos, com intuitos de milharfre, o homem que se arrisca chegar ao pirata, indo até bordo, é o másculo José Adorno! Sua importância entre os colonos, merecidamente, aumentava dia a dia. Riquíssimo, com sua mulher e a quem dedicava extraordinário carinho, fundou a ermida de Nossa Senhora da Graça, ao pé de montanha, em Santos, doando-a, mais tarde aos monges carmelitanos. Na ilha de Santo Amaro, do outro lado do mar, erigiu mais uma capela, esta sob a invocação desse santo, transmitindo-a, posteriormente, aos próprios filhos. Si proveitosa para a capitania, longuíssima foi a sua vida, pois morreu José Adorno com mais de 100 anos, tendo a satisfação imensa de ver a sua grande obra coroada do mais feliz êxito. A civilização, pela qual ele lutára, a qual dedicára o melhor dos seus esforços e consagrára a própria vida, é isso que hoje vemos - a brilhante civilização paulista. É a civilização que hoje, num justo movimento de gratidão, faz refulgir em Ubatuba o glorioso nome de José Adorno”.

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